5 de mai. de 2013

O início do século XX marcou muito mais do que uma data para a música.


Arnold Schönberg
 A música é a arte que mais vínculos pode ter com a ciência e a filosofia, porque o som é um fenômeno físico que constitui a matéria para o músico, e o tempo, por sua vez, é intagível mas é o espaço onde a música "vive". Esse ambiente onde o material convive com o incorpóreo faz possível a existência de uma arte tão particular.

 No início do século passado os músicos foram cientes deste fato numa forma tão intensa que sentiram a necessidade de renovar as raízes técnicas e estéticas, e até filosóficas colocando um problema existencial: incluir a arte no rumo presente da civilização. Acreditaram numa iminente caducidade das bases que tinham sustentado a música até aquele momento. As rápidas transformações sociais, a pujança do conhecimento científico e o avanço da tecnologia motivaram uma forte reação contra a estética do século XIX que foi considerada fora de lugar sob as perspectivas dos novos tempos. Daí resultou um panorama bastante complicado. Nesse mundo o artista começou a se sentir quase como um corpo estranho engendrado no Romantismo. 

Karlheinz Stockhausen
Porém, o século XXI nos dá – cem anos depois - uma perspectiva paradoxal caracterizada por um profundo cisma sem comparação em toda a história da musica. Nunca antes havia existido uma confrontação tão violenta entre um pensamento conservador e uma intenção tão perseverante para alcançar uma ruptura total e absoluta com o passado. Essa confrontação atingiu ao público dividindo-o em forma obstinada até o dia de hoje.

O artigo que desenvolve este tema foi publicado no site “El Cedazo” na Espanha e não existe uma versão em português. Mas talvez muitos de vocês possam entender a língua espanhola e faço convite para ler o artigo completo. Nele desenvolvo a temática analisando também certos aspectos técnicos relacionados com uma polêmica que perdura até a atualidade.

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