Como fazer um arranjo para conjunto vocal ou instrumental




O objetivo deste artigo é orientar aos músicos que querem formar um conjunto instrumental, uma pequena orquestra ou um coral. Existem certas técnicas que permitem obter resultados satisfatórios em pouco tempo
                           
Em geral acontece que já nos primeiros ensaios aparece o problema de conseguir que o conjunto tenha um bom som. Espero que estas dicas sejam úteis, embora não esgotem um tema certamente complexo. Quero salientar que as dicas a continuação não pretendem ser um curso de instrumentação. Compor uma sinfonia, ou transpor para uma grande orquestra sinfônica uma partitura originalmente escrita para piano, se for o caso, exigirá estudos muito mais aprofundados. Não obstante, quero animar àqueles que quiserem desfrutar da experiência maravilhosa que é moldar uma instrumentação ou as vozes de um coral. 

1-      Considere sempre que misturar o som de dois ou mais instrumentos produz um volume e um timbre resultante.

Isto significa que não todos os instrumentos irão combinar bem entre eles sem certos cuidados. A pior coisa que se pode fazer é que todos os instrumentos toquem ao mesmo tempo durante toda a partitura. Este recurso não é proibido, mas se deve reservar para momentos de grande força na música, um ponto culminante, um final ou uma introdução. Escutar toda a massa instrumental tocando permanentemente sem parar, aborrece o ouvido. É bom alternar instrumentos, fazendo um “diálogo” entre eles. Ouça este exemplo de diálogo entre instrumentos.

2-      Procure que quando dois ou mais instrumentos tocam ao mesmo tempo, cada um deles faça uma melodia coerente.

Esta é a condição para que o som de todo o conjunto seja harmonioso. Não é suficiente usar os acordes certos, sem uma disposição sucessiva coerente das notas.

Vejamos em primeiro lugar os arranjos para conjuntos instrumentais quando a partitura original é para piano.
Há várias possibilidades.

Quando a música original tem uma estrutura contrapontística, por ex., uma Fuga de Bach a duas ou mais vozes,  as linhas melódicas já existem e faltaria só escolher os instrumentos para cada uma das vozes. Pode-se dar a cada voz mais de um instrumento. Por exemplo, 1 violino e uma flauta para a voz mais alta, uma viola e um oboé para a segunda voz, e assim por diante.

Porém, não sempre é recomendável repetir uma mesma combinação durante todo o tempo. No exemplo da Fuga, seria bom deixar também que o violino não toque ao uníssono com a flauta durante muito tempo.É bom permitir que a flauta toque sem o violino, às vezes a flauta pode tocar junto com o oboé, em fim, as combinações podem ser muitas e isso dependerá da imaginação do arranjador. É importante evitar a monotonia, mas veja também que um excesso de variedade pode incomodar, por falta de coerência, e até ser contrária ao estilo original do compositor. Isto também vai depender da imaginação do arranjador e do seu bom gosto e conhecimento do estilo próprio de cada música em particular.

É bem diferente quando se trata de uma melodia com acompanhamento de acordes na partitura original. Nesse caso o problema é repartir tudo isso para vários instrumentos. Referente à instrumentação da melodia, vale a mesma dica dada acima, ou seja, evitar a monotonia, mas sem abusar da variedade.

Vejamos agora o acompanhamento. Freqüentemente este é o maior desafio para os arranjadores. O baixo do acompanhamento aparece claro, mas as partes intermediárias...  Esse é o quebra-cabeça. É impossível resumir em poucas palavras o que daria para escrever um livro inteiro. Vou tentar um resumo, mas acrescentando que o melhor arranjador é quase sempre um compositor experiente. Dito isto, vejamos algumas dicas que poderão ajudar a resolver certos problemas, sem esgotar o tema.

Você deve observar, em primeiro lugar, se os acordes são de um número constante de notas. Vamos supor que são acordes de três notas durante dez compassos seguidos. Em termos de arranjo, isto significa que temos três vozes e cada uma segue uma “linha” melódica bem definida, durante os dez compassos, e podem ser tocadas por instrumentos que você pode escolher. Respeitando essa estrutura, cada um dos instrumentos terá automaticamente sua própria melodia.

                                                                 

Porém, às vezes acontece que a seqüência de acordes se movimenta para o agudo ou grave, saindo do registro normal dos instrumentos escolhidos. Se isso acontecer, a solução é transferir para outro instrumento a mesma linha melódica, mas não qualquer um, senão para um cujo timbre seja o mais parecido possível. Caso contrário, o ouvido vai perceber um “pulo” que não sempre será de bom efeito. Se você fizer uma coisa assim, tem que ser proposital na busca de algum efeito especial para chamar à atenção.

Vamos supor agora que a seqüência de acordes de três notas se interrompe e passa a ser de duas ou quatro notas. Essa é a oportunidade para que um dos instrumentos fique em silêncio, ou, contrariamente, para adicionar mais um instrumento. Caso adicionar instrumentos, cuide que o timbre do acorde não mude muito. É bom adicionar instrumentos de timbres iguais ou semelhantes. Não adicione, por exemplo, um trompete num acorde de flautas + clarinetes, porque o trompete vai sobressair de mais.

Uma última dica, é que a melodia principal tem que se diferenciar bem do acompanhamento. A forma mais fácil  de conseguir isto é cuidar que o timbre da melodia seja bem diferenciado do acompanhamento. Não sempre é suficiente indicar somente uma dinâmica mais forte para a melodia. Por exemplo, se uma flauta toca a melodia e o acompanhamento é feito pelas cordas, é garantido que a melodia vai se destacar sem esforço do executante. Cuidar este detalhe é importante aos efeitos da expressividade da parte solista.

Isto último não quer dizer que seja de mau efeito permitir que a melodia principal seja tocada por um instrumento da mesma espécie que os do acompanhamento. Até é freqüente ver casos onde um violino solista se escuta muito bem tendo um conjunto de cordas acompanhando-o. A característica nesses casos é que o violino sempre vai por cima do acompanhamento e, logicamente, em comparação vai tocar mais forte.   

3-      Deixe o baixo independente, mas cuide que a distância com os acordes que o acompanham não seja maior de uma oitava.

Salvo exceções muito justificáveis, é de mau efeito que as notas do baixo estejam a grandes distâncias do resto da harmonia. Se for assim, o baixo se escutará por separado em lugar de funcionar como a base que apóia toda a estrutura em conjunto.  

Um recurso bem interessante – mesmo que significasse alterar em certa forma a partitura original – é tirar a melodia da parte mais aguda e coloca-la no meio. Este procedimento faz que a melodia fique “envolvida” pelo acompanhamento. Às vezes a melodia também se pode colocar no baixo, em cujo caso não é preciso cuidar tanto a distância porque o objetivo é diferente. Não obstante, este recurso não se pode aplicar em músicas cuja estrutura seja o contraponto, porque distorce o estilo e a estrutura formal da música.

Agora quero chamar especialmente à atenção num ponto relativo ao acompanhamento. Não separe de mais o espaço vertical entre as notas que constituem os acordes do acompanhamento. O resultado não é bom, porque produz uma sensação de desmembramento que até poderá fazer que a música seja ininteligível. Respeite sempre a disposição original de cada um dos acordes.

Não obstante, a distância entre a melodia e o acompanhamento pode ser mais flexível, mas não abuse se não for propositalmente para algum efeito especial.

4-   Falemos agora em música vocal.

Um arranjo para coral é semelhante a um arranjo para conjunto instrumental. A diferença é, obviamente, o limite das vozes humanas. Sempre é bom lembrar que os cantores de corais não são cantores de ópera... Não exiga mais do que esses cantores, muitas vezes só amadores, possam fazer com as vozes.

Também considere qual é o número de pessoas que integram o coral e se a proporção entre as vozes altas, medianas e baixas é a correta. Se não for assim, o primeiro que um arranjador deve fazer é corrigir o que está errado.  Para dar um exemplo extremo, cinco sopranos, oito contraltos, dois tenores e dez baixos... vai soar muito ruim, embora o arranjo seja perfeito.

Aliás, a mesma recomendação é válida para os conjuntos instrumentais. Não adiantará fazer um excelente arranjo para uma orquestra integrada, por caso, com dez violinos, uma viola, nenhum violoncelo e quatro contrabaixos. Uma disposição assim, poderá ser aceitável somente se o compositor (não o arranjador) tivesse especificado isso com algum propósito intrínseco da música. E, logicamente, isto mesmo é válido para a música coral. A dica é sempre observar o que o compositor quis quando escreveu a partitura original.

Ainda cabe uma pergunta oportuna. Se for o caso de uma orquestra, ou conjunto vocal, desparelho por causas alheias à vontade? Acontece que nem sempre é possível reunir um conjunto de músicos na proporção que seria desejável. Sempre falta ou sobra alguém. Sopros de mais, poucas cordas, muita percussão... Em fim, às vezes isto acontece na hora de integrar conjuntos com amadores. Para esses casos eu recomendaria tentar uma boa escolha do repertório, um que não vá a contrário das características do conjunto, ou também, não deixar que alguns executantes participem em certas músicas e reserva-los para outras. Lembro-me neste momento de um caso que presenciei, onde havia uma orquestrinha integrada com sete violinos, só uma viola, dois violoncelos, um piano, uma bateria e quatros violões. Eles queriam tocar o famoso tema final da Nona Sinfonia de Beethoven. Deixo o assunto por aqui...!    

4-      Não se esqueça dos limites naturais das vozes e dos instrumentos.

Toda vez que for possível, divida o grupo de instrumentos, ou de vozes, para facilitar uma dificuldade. Por exemplo, em lugar de pedir que os violinos toquem todo um trecho em duplas notas, faça uma divisão: a parte aguda para os violinos e a parte baixa para as violas. Ou, também, dividir os violinos em I e II com o mesmo propósito.

Nas vozes humanas também pode acontecer coisa semelhante. Em geral, evite fazer cantar as sopranos do coral em oitavas. É preferível que a parte alta seja cantada pelas sopranos e a parte baixa pelas contraltos. Se fossem os tenores, a parte baixa será cantada pelos barítonos ou os baixos.

Mas a divisão nem sempre tem que ser feita para solucionar dificuldades. É muito usado o recurso de dobrar uma melodia à distância de terça, sexta ou oitava. Toda vez que você dobrar assim uma melodia, cuide do registro em que os respectivos instrumentos devem tocar. A duplicação à terça ou sexta, utilizando instrumentos de uma mesma espécie (por exemplo, flautas) sempre é de bom efeito, mas nunca perca de vista que esses paralelismos devem estar na partitura original. Caso contrário, se introduzidas pelo arranjador, alterarão a estrutura harmônica e o resultado nem sempre será bom.

As duplicações à oitava não alteram a harmonia original, mas se deve cuidar que uma das partes dobradas não resulte prejudicada. Isto é particularmente certo para instrumentos de sopro. Por exemplo, duas flautas tocando a mesma melodia dobrada à oitava. Nesse caso, a flauta que toca a parte baixa vai soar muito mais fraca e ainda pior, muitas notas serão impossíveis de dobrar porque o limite do registro do instrumento pode ser ultrapassado. A solução é dobrar usando instrumentos com afinidade, como por exemplo, flauta para a parte aguda e oboé ou clarinete para a parte baixa. Ou, também, dependendo da altura em que a melodia se desenvolve, a parte alta tocada por um clarinete e a parte baixa por um clarinete baixo ou um fagote.

Os instrumentos de arco podem apresentar problemas semelhantes, mas há uma característica a cuidar. Uma melodia dobrada à oitava, onde os Primeiros violinos tocam a parte alta e os Segundos violinos a parte baixa, vai produzir um timbre um pouco desequilibrado, porque necessariamente serão usadas cordas diferentes nos Primeiros que nos Segundos para tocar. Por isso, será melhor dobrar com as violas todos os violinos. Logicamente, isto se aplica em qualquer instrumento de arco quando for o caso.

Mais um cuidado a ter com as duplicações à oitava consiste em evitar que a parte dobrada interfira com o acompanhamento. Sempre é recomendável que uma melodia em oitavas esteja por cima de todo o acompanhamento evitando qualquer cruzamento. A mesma recomendação é válida para um baixo dobrado em oitavas; sempre é bom que todas as oitavas estejam completamente abaixo dos acordes evitando cruzamentos.

5-      Os casos onde o arranjo é uma redução.

Arranjar para piano uma música originalmente composta para conjunto vocal ou instrumental, já é diferente. Fala-se em “redução”, precisamente, porque todas as partes distribuídas em pautas diferentes, formando a harmonia, devem ser reunidas em forma de possibilitar a execução num só instrumento. Deve-se trabalhar desta forma:

a)      Não omitir nunca as notas importantes da harmonia.
b)      Podem-se omitir ou criar duplicações de notas, segundo seja o caso.
c)      Tudo isto se deve fazer contemplando as características técnicas e de som que são próprias do instrumento para o qual o arranjo será feito.

6-      Faça uma boa escolha dos instrumentos.

Existe um imponderável freqüentemente chamado “a alma do instrumento”. Isto significa, nem mais nem menos, que há muita música que não tolera arranjo nenhum. A causa é, precisamente, que em geral a música é pensada para determinado instrumento e vai soar otimamente só nesse instrumento. Um bom exemplo é o violão. Muito dificilmente vai soar bem uma transcrição para piano e, quase seguro também não, a transcrição para violão de uma música original para piano. O risco dessas transcrições é que fiquem com uma pobreza de som sem solução. Naturalmente, se podem citar exceções, mas não fazem a regra. Outro bom exemplo é a música sinfônica transcrita para piano; nunca vai soar com a riqueza de timbres e a força de uma grande orquestra, mesmo que o arranjador tivesse feito um excelente trabalho.

É que hlimites neste sentido e não se podem ignorar. A escolha dos instrumentos a serem utilizados, até para formar um conjunto instrumental, é um fator que não se pode descuidar. Nem todos os instrumentos soam bem tocando juntos. Também nem todas as misturas de timbres são adequadas em relação ao estilo do autor da música a ser arranjada.

Sei que este ponto de vista poderá ser discutido, mas também sei que qualquer pessoa com boa formação musical vai concordar em que há arranjos impossíveis. Eu até diria que na hora de integrar um conjunto vocal ou instrumental não se pode proceder à toa. Quantas vozes integrarão o coral que queremos formar? Quais são os instrumentos que queremos reunir, e quantos, para formar uma orquestra ou conjunto de câmara? Qual é o estilo de música que pretendemos fazer e quais são os instrumentos mais adequados para esse estilo? Estas são algumas das perguntas que devemos formular em primeiro lugar, antes de começar a trabalhar transcrevendo partituras originais. Se pretendermos fazer um trabalho profissional é preferível não fazer nenhum arranjo até o momento em que todas as condições necessárias estiverem em ordem.

7- Considere a máxima e mínima intensidade possível do som.

Esta última dica fecha, em certa forma, o início deste artigo. A soma de todos os instrumentos tocando juntos, não dá por resultado a multiplicação linear em intensidade de som. Isto significa que dois violinos não multiplicam por dois a intensidade. Três não a triplicarão. E assim por diante, e isto é válido para absolutamente toda a orquestra e também os coros. Cem vozes não soam cem vezes mais forte que uma só.

Na hora de fazer um arranjo há uma dificuldade muito comum e é uma falta de domínio destes fatores. A solução é bem simples, ou seja, se você achar que não consegue um fortíssimo suficiente, não duvide em revisar os compassos anteriores para comprovar que há instrumentos em excesso. Ou, pelo contrário, se a dificuldade for conseguir um bom pianíssimo, é quase seguro que nos compassos anteriores está faltando adicionar instrumentos para que, logo, haja contraste suficiente.

Logicamente, isto não significa restar importância às indicações de ff ou pp, mas poderia acontecer que não fossem suficientes. Não adianta pedir mais dez violinos na orquestra para que a melodia principal soe mais forte!
Certo regente dizia que quando a orquestra soava muito fraca era porque estava tocando muito forte...

Também é importante considerar a mistura de timbres. Esta área é uma das mais abertas à imaginação criativa. Só para dar um breve exemplo, si fizermos tocar ao uníssono um trompete e uma flauta, o som que vai predominar é o do trompete e não escutaremos a flauta, mas se tirarmos a flauta, perceberemos em seguida que algo está faltando no timbre do trompete. Aliás, o efeito poderá variar se a dinâmica for f  ou  p. Há inúmeros exemplos possíveis, todos com resultados diferentes e até imprevisíveis. Tudo depende, em grande medida, do conhecimento do arranjador quanto aos instrumentos que utilizará.

Quero dar agora um exemplo muito bom para entender até onde a mistura de timbres pode influenciar no resultado. Todos os instrumentos de arco soam com um timbre parecido. Porém, si fazemos que os violinos e as violas toquem no registro grave, ao mesmo tempo em que cruzamos o violoncelo por cima de todos eles, escutaremos quase um “canto” de incrível expressividade.  A causa é que, às vezes, o ouvido nos engana; o timbre dos instrumentos de arco é “parecido”, mas não “igual”, e si fazemos tocar juntos todos eles da forma recém vista, as pequenas diferenças se acentuam muito consideravelmente.  


O tema não se esgota por aqui. Convido você fazer alguma consulta ou comentário, se quiser tirar alguma dúvida neste tema evidentemente tão complexo.

 
G.B.Z.

     

33 comentários:

  1. Olá Gustavo,

    Que livro(s) em português o sr. indica para para quem deseja aprofundar nesse assunto?

    Grato pela atenção.

    Fábio.

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    1. Olá Fábio,

      O melhor livro que posso recomendar, e deve estar traduzido para português porque é um material bem completo e muito usado, é o Tratado de Orquestração de Rimsky Korsakov.
      Esse livro fala de todos os instrumentos, um por um, detalha como se podem associar entre eles, acrescenta dicas para vozes solistas e coros, e é acompanhado de outro livro complementar que contém só exemplos em partituras. É muito recomendável, para quem quiser trabalhar com grande orquestra ou pequenos conjutos instrumentais e/ou vocais.

      Boa sorte!

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  2. Olá Gustavo, sou estudante de música, e estou fazendo uma cadeira de harmonia, enfim, estou começando a escrever arranjo para coro, mas ainda tenho muito dúvidas nas vozes, por exemplo, movimento contrário, oblíquo, etc, qual voz, devo fazer esses movimentos, uso de tríade, são muitas as dúvidas, você poderia me dar uma dica! e um exemplo. Obrigado Abraços.

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  3. Olá Rafael.
    O movimento contrário é quando uma das vozes sobe a outra desce. Por ex., o contralto faz dó, ré, mi... e o tenor faz dó, si, lá... O movimento é oblíquo quando as vozes sobem ou descem juntas, mas não em forma paralela senão mudando de intervelo; por ex., o contralto faz dó, ré, fá, dó... e o tenor faz mi, lá, ré, mi... (ou seja, os intervalos entre as duas vozes que vão subindo são 6ª, 4ª, 3ª e 6ª). Os movimentos oblíquos podem ser feitos entre todas as vozes, ou, também, por exemplo, três vozes em movimento oblíquo e uma em movimento contrário a uma das outras três, ou qualquer outro caso semelhante. Normalmente as vozes avançam combinando os movimentos paralelo, oblíquo e contrário. Isso é porque a estrutura a quatro vozes é a mais comum (também pode ser a 3 vozes, é claro) e daí aparece o uso de tríades.

    As tríades (maior, menor, aumentada e diminuta) formam-se naturalmente pela condução das vozes. Por caso, no exemplo anterior em movimento oblíquo, se colocarmos um baixo com as notas sol, fá, lá, sol, teríamos sucessivamente as tríades de dó maior, ré menor (duas vezes) e dó maior novamente, numa estrutura a três vozes.

    (Não dá para inserir aqui a imagem do exemplo, mas o baixo é em movimento oblíquo e finaliza em movimento contrário).

    As regras para formar as tríades sucessivas pertencem à harmonia tradicional. Não se permitem paralelismos de quintas justas nem de oitavas, também não se permitem as oitavas em movimento oblíquo (salvo por grau conjunto na voz superior da oitava), etc., e tudo isso pode ser consultado num livro de texto como a Harmonia Tradicional de Paul Hindemith e outros que devem estar traduzidos para português.

    Espero que isto seja útil, e por qualquer outra consulta estou por aqui!

    Abraço!

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  4. Anônimo9:05 PM

    Olá Gustavo, toco violino faz algum tempo, e sempre toquei em orquestra, e agora estou querendo tocar em uma banda, e não estou sabendo fazer arranjo com o violino para tocar no meio de Guitarra, Baixo e Bateria, vc poderia me indicar algo, detalhado que eu possa resolver meu problema??

    Anteciosamente, Leandro abraços!.

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    1. Olá Leandro, com essa combinação de instrumentos numa banda, acho que a princípio a melhor solução é fazer tocar o violino sempre bem mais agudo que os outros instrumentos. Ou seja, o violino deve ter a parte principal, o tema principal da música, e fazer isso no registro meio e agudo. Contudo, será preciso que o baixo e a bateria não toquem muito forte. A bateria e o baixo podem facilmente cobrir o som do violino não só pelo volume do som, mas também pelo timbre do violino que tem facilidade para se misturar quase que com qualquer outro instrumento numa orquestra. Tens que cuidar muito a simultaneidade entre o violino e o baixo neste sentido, mesmo tendo o violino um microfone e amplificador de som.

      Abraço, e por qualquer outra dica que precisares estou por aqui.

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    2. Desculpa, possivelmente não hajas recebido a comunicação da minha resposta porque errei e coloquei a resposta como comentário... O erro já está corrigido.

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  5. Leandro; se dá para tu ler em espanhol, neste link http://musicaclasica-2.blogspot.com.br/p/blog-page.html (que pertence ao meu blog em espanhol) há muitas perguntas de outros leitores e minhas respostas. Talvez te seja útil.

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  6. Anônimo12:05 PM

    Olá querido, estou estudando teclado desde do ano passado e gostaria que vc me aconselha se como fazer melodias, e ritmos para músicas.
    Grata ,
    Yngrid

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    1. Olá, Yngrid,

      Uma coisa é "fazer" e outra é "escrever". Imagino que a tua pergunta é como escrever as melodias e ritmos que tocas no teclado. É isso?

      Escrever a melodia é simples, é só colocar no pentagrama as notas que tocas. Escrever o ritmo já é mais complicado. Tens que ter uma noção bem firme dos compassos e os tempos. Por exemplo, se o compasso for 3/4 vai contando 1, 2, 3, 1, 2, 3... (preferencialmente em voz alta) e observa bem como é que as notas que tocas vão encaixando em relação a essa conta. O caso mais simples - para tu entender bem isto - é quando nesse compasso a melodia se desenvolve em semínimas.

      Se o caso for criar a melodia, tens que considerar a tonalidade em primeiro lugar. Geralmente a melodia começa com o primeiro grau da escala (tônica), chega até um ponto culminante que quase sempre é o quinto grau (dominante) e daí vai retornando à tônica. Durante esse percorrido todo, podes utilizar todas as notas da escala e até notas cromáticas. Também é possível mudar de tonalidade. A melodia também se divide em "frases musicais", em forma bastante semelhante à linguagem falada. Desta forma, uma frase pode "perguntar" e a seguinte "responder". Todo o conjunto de frases desenvolve assim uma melodia que pode ter uma boa duração. Naturalmente, tudo isso vai ter um determinado ritmo que será escrito em figuras e compassos.

      Porém, além destas dicas que são muito elementares, o fato é que a inspiração é o que mais se precisa para fazer melodias. Aliás, a inspiração não sempre é sujeita a regras fixas. O ritmo, se for o caso, pode ser muito mais complexo do que o exemplo que eu te dei... mas a complexidade não deve ser um objetivo. Na realidade, a música inicia-se na cabeça e daí vai para o instrumento e para o papel.

      Foi útil tudo isto? Se tiveres mais dúvidas, estou por aqui.

      Abraço!

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  7. Ola. Preciso fazer uma viola acompanhar uma voz na música Ao Teu encontro, Eliana Ribeiro.
    Pode dar alguma sugestão para esta base?

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    1. Em geral todos os instrumentos de arco como o violino, a viola e o violoncelo, funcionam muito bem para acompanhar vozes. Com isto quero dizer que não precisa ter muitos cuidados no sentido de evitar misturas de timbres que poderiam cobrir a voz. O instrumento sempre vai se diferenciar bem da voz, seja tocando por baixo ou por cima da voz, em cruzamentos e até tocando ao uníssono com a voz ou dobrando a voz a distância de uma oitava - nestes últimos casos é bom dobrar uma parte completa do canto, e é um recurso ótimo para momentos culminantes da música.

      A viola, aliás, pode usar duplas cordas para enriquecer o acompanhamento. Também se pode usar acordes de até quatro sons, mas no caso da viola é bom não abusar dos acordes de quatro sons porque são de execução mais difícil que os de três. Os acordes como acompanhamento, em geral se usam isoladamente para apoiar algumas das notas da melodia cantada.

      Uma última dica é que a viola pode fazer uma melodia independente do canto, em contraponto, e isso vai soar muito bem. Essa melodia se pode desenvolver livremente através de todo o registro da viola, inclusive cruzando-se com a melodia do canto.

      Eu te recomendaria fazer um acompanhamento que combine todos estes recursos adequadamente, em concordância com as características expressivas que o canto tiver.

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    2. Obrigado pelas dicas.

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  8. Anônimo11:39 AM

    Olá Gustavo, Estou montando um conjunto instrumental com adolescentes, e tenho bastante dúvidas de como unir todos os instrumentos e saber o tom que cada um deve tocar ex: Temos 2 flautas barroco, 1 contrabaixo, 1 guitarra, 1 violão, 1 violino, 1 clarinete, 1 bateria, 2 teclados, e 1 sax alto. minha dúvida é a seguinte como se o sax toca em dó, a flauta toca em que tom, ou o violino ou o clarinete e etc... acho que o senhor está me entendendo, como fazer duetos entre eles, gostaria que o senhor me ajudasse e me desse dicas até porque sou amador, meu conhecimento é através de estudos pela net.
    Desde já sou Grato, Henrique Barbosa

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    1. Olá Henrique.
      Qual é o estilo de música que vocês pretendem fazer? Preciso saber isso em primeiro lugar.

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  9. Olá, boa tarde.

    Estou a fazer um quinteto de metais, somos todos membros de uma filarmonica, por isso só temos a nossa disposição os instrumentos da filarmonica ou seja:
    2 trompete em sib
    1 trombone em Do
    1 bombardino em Sib
    e uma tuba em Sib

    A minha dificuldade é passar os papeis de tromba de harmonia para bombardino, pode me ajudar, ensinando a teorica? Existe algum software que me Ajude? Tenho o sibelius, mas na hora de trnaspor tenho sempre dúvidas

    Com os melhores cumprimentos,
    Luís Serpa
    Açores

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    1. Olá Luis.

      Estive procurando algum software, mas não há nenhum que possa solucionar o problema em forma automática, se bem todos eles permitem fazer transportes de tonalidade à vontade, mas sempre indicando qual é a tonalidade escolhida pelo usuário.

      Me pareceu entender que vocês querem usar trombas naturais também, ou seja não somente as modernas trombas cromáticas. De todas formas, o mecanismo é o seguinte em qualquer caso. As trombas têm uma tonalidade preestabelecida: em dó, em ré, em mí, etc. As usuais são em Fá e em Sib. Isto quer dizer que se na partitura a escrita for em dó e a tromba for em Fá, a música vai soar uma quinta justa mais abaixo do que está escrito. Por isso a escrita moderna para tromba sempre se faz uma quinta acima do som que o compositor pretende que soe. Se deve soar um dó em clave de sol no 3º espaço, a nota escrita é um sol em cima da 5ª linha.
      Acho que vocês todos, que pertencem a uma filarmônica sabem bem de tudo isto. Então, se estou entendendo bem a consulta, as dúvidas são no sentido de como se faz para transportar a parte da tromba em forma que a possa tocar o bombardino que é em Sib. É isso?

      Vou dar um exemplo para tromba em Fá. O som real é uma quinta abaixo, mas como o bombardino é em Sib tem que considerar que este, por sua vez, toca (e tem a música escrita) um tom acima do som real. Aí está a complicação. Isto quer dizer que se a tromba toca em Sol maior vai soar em Dó maior, no entanto o bombardino em Sib vai ter que tocar em Ré maior para soar também em Dó maior porque este (o bombardino) toca um tom acima do som real. Em conclusão, o transporte de tromba em Fá para bombardino em Sib se faz transportando uma 4º abaixo a tonalidade em que a música para a tromba é escrita. Se a tromba for em Sib já é bem simples, porque o bombardino também é em Sib.

      Porém, é necessário considerar a distância harmônica entre os instrumentos. As trombas abrangem um registro muito amplo e podem ser escritas em clave de sol ou em clave fá, mas o som sempre será uma 5ª abaixo. O bombardino em Sib pode ser escrito em clave de sol ou em clave de fá, mas o som real será sempre o que corresponde à clave de fá, ou seja, se a escrita for em clave de sol o som real será uma nona abaixo da escrita - porque se fosse escrito em clave de fá o som seria só um tom abaixo. Isto deve se considerar também na hora de fazer a transcrição de um instrumento para outro.

      Ajudei? Se tiver mais dúvidas sobre isto ou outro tema estou sempre aqui.

      Abraço!

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  10. Olá!
    Fui convidado a integrar numa banda de rock alternativo. Toco trompete. Gostaria de saber como posso encaixá-lo no arranjo pra esse gênero musical. A banda é composta por 2 contra-baixo, guitarra, bateria e bandolim. Abraço

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    1. Com essa combinação de instrumentos um trompete sempre vai ficar bem. O som é muito potente e o timbre bem diferenciado, de forma que normalmente pode ser solista (tocando os temas principais das músicas, ou também fazendo duo com a guitarra todas as vezes que quiser). Só tem que tomar conta da potência do som que o trompete é capaz de produzir. Ocasionalmente pode fazer parte de um acompanhamento, mas cuidando muito de não fazer sobressair o som - nesses casos talvez seja melhor usar notas soltas e/ou tocar com surdina.

      Fora isso, o bandolim é un instrumento de som muito fraco e precisa de uma boa amplificação de som se fizer parte de uma banda de rock, mas com certeza vocês já devem ter resolvido o problema.

      Abraço e muito sucesso!

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  11. Olá Gustavo!

    Me chamo Erick e toco violino. Não sou muito experiente pela falta de poucas aulas que peguei. Contudo foi o suficiente para eu prosseguir na carreira de violinista.

    Queria a sua ajuda a respeito de arranjos no violino. Como fazer? Em que se basear? Como saber quais notas usar no arranjo no momento da música?

    Toco na igreja mas só sei fazer melodia. Sou acompanhado de 1 violão, 1 cajon, 1 flauta transversal, 1 contrabaixo e 2 vocais.

    Precisava de seu aconselhamento a respeito dos arranjos.

    Grato!

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    1. Olá, Erick.

      Em primeiro lugar você tem que considerar que não todas as músicas soam bem em qualquer instrumento. Uma música que é muito bonita no violao, por exemplo, pode não soar bem no violino ou no piano, ou uma flauta, etc. Isto é devido a “alma” do instrumento, ou seja, qualquer instrumento que for vai ter características próprias de som e de recursos técnicos também. O violino tem como característica principal ser um instrumento melódico. Para fazer harmonias só tem quatro cordas. Caso fizer uma melodia acompanhada a possibilidade máxima para fazer um acompanhamento é de três cordas somente. Dentro destes limites é que o arranjo pode ser feito.

      Por isso é que a música para violino que faz ao mesmo tempo melodia e acompanhamento é difícil em termos técnicos. Também essa é a causa de que a maioria da música para violino tenha um acompanhamento de piano ou de pelo menos mais um instrumento que pode ser outro violino (violino II) ou até um pequeno conjunto de vários instrumentos se for o caso.

      Você me diz que tem um conjunto de vários instrumentos todos diferentes e até vozes. Meu conselho é que você faça um arranjo completo, ou seja, uma partitura onde o violino leve a melodia e o resto dos instrumentos façam o acompanhamento. Isto não significa que o violino não possa tocar outras notas além da melodia, mas não esqueça que é impossível tocar mais de duas notas simultaneamente por vez e que, caso ser um acorde de mais notas, o limite é de quatro notas máximo.

      Finalmente, às vezes é interessante que o violino abandone a melodia para que ela seja feita por outro instrumento. Ai o violino passa ser acompanhante fazendo só alguns acordes, alguns “pizziccato” de acordes e/ou notas soltas. Isto acrescenta a variedade do som resultante.

      Espero ter ajudado, qualquer outra dúvida é só me perguntar.

      Abraço!

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  12. Olá Gustavo, estou iniciando uma Banda Marcial em minha localidade, onde tenho a minha disposição, pistons, trombones, flugelhorns e Bombardinos. Dai levando em conta esses instrumentos vc poderia me falar um pouco como trabalhar, encaixar primeira, segunda e terceira voz com eles?
    Gostaria muito de uma dica sua!
    Obrigado.

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    1. Olá Givaldo

      Cada um desses instrumentos têm o seu próprio registro, ou seja, não há nenhum problema para formar a banda. Os pistons (trompetes) são os mais agudos e levam a voz mais alta, e daí para abaixo os outros instrumentos até chegar ao bombardino que é a voz mais grave. Logicamente, os registros se superpõem e isso dá para jogar bastante na instrumentação. O flugelhorn, por exemplo, é um trompete baixo e num trecho a duas vozes este instrumento irá fazer a 2ª voz e o piston a 1ª voz. Mas se for o flugelhorn o que faz a primeira voz, a segunda voz será o trombone ou o bombardino. Numa estrutura a três vozes o procedimento é semelhante, como por exemplo, 1ª voz = piston, 2ª voz = flugelhorn, e 3ª voz = trombone ou bombardino. O mesmo critério é aplicado para quatro vozes.

      Sendo uma banda, imagino que tem vários pistons, flugelhornes, etc., e isso dá para dobrar uma ou mais das quatro vozes básicas da harmonia. Sempre é bom não permanecer durante muito tempo fazendo soar a banda em quatro vozes e/ou com partes dobradas. É bom alternar os "tutti" com trechos a duas vozes, três, e até fazer de vez em quando alguma parte solista (esse instrumento a só pode ser qualquer um) levando a melodia sem acompanhamento.

      Tem que cuidar, isso sim, que há instrumentos transpositores. Por exemplo, se for em si bemol quer dizer que vai soar um tom abaixo da nota escrita. A escrita, então, deve ser um tom acima do som real. Se a música para esse instrumento tem que soar em dó maior, a partitura deve ser escrita em ré maior para que soe em dó maior. Certo?

      Referente ao equilíbrio sonoro do conjunto instrumental não há maiores problemas, todos eles equilibram-se naturalmente pelas suas próprias características de som e uma certa semelhança de timbre. Só tem que cuidar de não formar a banda com, por exemplo - vou dar um exemplo bem exagerado - três bombardinos e os demais instrumentos um de cada. Isso vai soar pesado, feio mesmo. Porém, ao contrário, colocar dois ou três pistons e um de cada para os outros instrumentos, pode soar bem porque o piston normalmente faz a 1ª voz que é a que leva a melodia.

      Uma última dica, é cuidar sempre a base harmônica e isto vale para qualquer conjunto instrumental que for. Rimsky-Korsakov dizia que se uma instrumentação é correta, mas soa mal, o primeiro a fazer é revisar erros de harmonia. Isto é cruzamentos forçados das vozes, baixo muito separado ou muito próximo do tenor, vozes excessivamente apertadas, etc. Neste ponto eu até diria mais uma coisa: sempre é bom cuidar que os instrumentos não toquem durante muito tempo em seus registros extremos (agudo ou baixo). Uma base harmônica perfeita pode resultar estragada caso haja este problema. A solução e, no caso, trocar de instrumento transferindo a melodia para outro. Se a melodia do bombardino (baixo) em determinado momento for se desenvolvendo muito para o extremo agudo, a solução é escolher um bom momento onde "passar" o baixo para o trombone. Isto se pode aplicar para qualquer voz e tem a ver com a instrumentação mas não com a base harmônica que permanece inalterada.

      Se precisar mais ajuda sempre estou por aqui.

      Abraço!







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  13. Boa tarde, Gustavo. Eu toco violino faz pouco tempo e fui convidade para gravar uma música com uma banda de rock da minha cidade. Eles já me mandaram a música completa e querem que eu encaixe o violino em um momento da música determinado por eles, mas eu nao tenho a menoooor ideia de como fazer isso, de como encaixar algo alí, que notas usar, nao sei nem por onde começar. Você pode me ajudar? Eu agradeceria muito!
    Atenciosamente, Renata

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    1. Olá Renata! Vai precisar uma boa, muito boa amplificação do som! Mas mesmo assim, dispondo de uma boa aparelhagem de som com microfone para o violino, o que posso te aconselhar é que o violino toque mais ou menos no registro da guitarra, e reforçando a melodia que a guitarra faz. Isto não quer dizer dobrar a melodia da guitarra. Seria interessante que o violino fizesse variações sobre essa melodia. Acho que a melhor combinação é fazendo rock lento, mas se for rápido você vai ter que usar muita imaginação para que o som do violino não fique perdido! Também acho que no arranjo vocês todos vão ter que concordar em quais dos instrumentos da banda tocam juntos - imagina, guitarras, baixo e bateria tudo junto é som demais e o violino nem vai se escutar. Há bandas de rock que experimentaram com o violino, mas não todas com bons resultados. Se for possível é bom usar um violino elétrico, mas o violino acústico pode funcionar bem seguindo as dicas que te dou, e até é bom usar duplas cordas em oitavas, por exemplo, e acordes para reforçar o ritmo, sempre tocando no registro da guitarra.
      Abraço e boa sorte!

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  14. Muitíssimo obrigada pela ajuda!! Abraços

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    1. Achei casualmente este exemplo que pode te ser útil.
      Abraço!
      https://www.youtube.com/watch?v=zpPD1tkj2EE

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  15. Agradeço de coração! Muita luz e música em sua vida!

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    1. Nada que agradecer e às ordens se quiser me fazer outra consulta. Abraço!

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  16. Cara ,eu faço arranjos mas tenho dificuldade pra encaixar a tuba ,na música q eu quero ela faz a marcação,mas eu n consigo fazer ,e tmb tenho dificuldade em montar os acordes e fazer a música ficar harmonizadas ,me da uma luz ,a música é"nosso general é Cristo" e os instrumentos são clarineta , trompete,sax alto e tenor , trombone, bombardino e claro a tuba ou Souza fone ambas em sibemol,me da uma luz ai

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    1. Bom dia! Vejo que você tem uma boa bagunça com os instrumentos aí! Mas fica tranquilo, tudo tem solução. Só que isto vai ser quase uma aula online... (rsss) O primeiro que tem que fazer é escrever a partitura harmonizada de toda a peça na tonalidade correspondente. A disposição das vozes (ou seja, a linha melódica de cada instrumento) irá formando os sucessivos acordes. (A respeito disto, o artigo diz como é conveniente fazer e há um pequeno exemplo escrito). Mas essa partitura é por enquanto só um rascunho. O passo seguinte é escrever o arranjo para cada um dos instrumentos. Os instrumentos que você me diz que quer usar são os chamados “instrumentos transpositores”. Estes instrumentos se escrevem numa tonalidade, mas soam em outra tonalidade. Por exemplo, uma música escrita para clarinete em Si bemol, deve ser escrita um tom acima da tonalidade que deve soar (se deve soar em Dó maior, tem que se escrever em Ré maior). Certo até aqui? Os saxofones são um pouquinho mais complexos. Você me diz que vai usar sax alto e tenor. O alto é em Mi bemol e vai soar uma sexta maior abaixo do som escrito (um Dó vai soar Mi bemol abaixo) e o tenor é em Si bemol, mas não é exatamente como o clarinete em Si bemol que soa um tom abaixo; o sax tenor soa UMA DÉCIMA maior abaixo do som escrito (se escreve em clave de Sol, mas soa em clave de Fá). Resumindo o ponto, quando fizer o rascunho para distribuição das vozes, tem que considerar qual é o registro onde o instrumento vai soar. Caso contrário, o som real não vai harmonizar nunca. Por ex., um dó escrito no terceiro espaço em clave de sol para um sax tenor vai soar um si bemol em segunda linha em clave de fá e vai ficar horrível se a música toda for em dó maior. Quanto aos trompetes é a mesma coisa: se o trompete for em Dó, o som real vai ser também em dó, mas se for trompete em Si bemol tem que escrever semelhantemente ao clarinete, ou seja, um tom acima do som real. As tubas não tem problema nenhum. Há vários tipos de tubas, em diferentes tonalidades cada uma, mas o arranjador (ou o compositor) escreve sempre na tonalidade da partitura e o executante é quem faz a transposição normalmente. O único cuidado que tem que ter é colocar a tuba nas notas mais baixas dos acordes (imagino que essa tuba que vai usar é a tuba baixa). Para o bombardino, a dica é a mesma que para os outros instrumentos transpositores que eu já disse.

      Finalmente, meu conselho de fazer primeiro um rascunho na tonalidade original e depois fazer as transposições para os instrumentos correspondentes (e daí vai ficar a partitura definitiva para todo o conjunto) é uma dica para iniciante... Com a prática você vai poder escrever diretamente sem rascunho prévio.

      Não sei se você entende espanhol, mas neste link http://musicaclasica-2.blogspot.com.uy/p/como-fazer-um-arranjo-para-conjunto.html há um monte de dicas para um pessoal muito grande que me fez todo tipo de consultas sobre arranjos. Só que não é em português.

      Também recomendo o livro “A Técnica da Orquestra Contemporânea” de Alfredo Casella que é muito bom e o conteúdo explica todos os detalhes técnicos dos instrumentos um por um.

      Se precisar mais um pouco de "luz" me escreve!

      Abraço!

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  17. Você é um amor de professor!! Estou encantada contigo!

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